sexta-feira, 6 de julho de 2012

Como trabalhar com deficiência visual

A possibilidade legal é um grande ganho, mas a lei em si não garante a inclusão. Dificuldades básicas fundamentais existem e precisam ser enfrentadas com compromisso, competência e coragem, pelos profissionais que se dedicam ao atendimento de pessoas com deficiência visual. Destacamos, a seguir, algumas dessas dificuldades:

1- conquistar a confiança do paciente com deficiência visual e seus familiares; auxiliando-os a vencer preconceitos e a evitar a superproteção;
2- nas formas de prevenção e tratamento de doenças oculares, como tracoma infantil;
3- estimular a descoberta, conhecimento, domínio e relacionamento do corpo do paciente com o ambiente e com as pessoas, a fim de que se motive para a ação motora;
4- em definir qual o melhor recurso a ser utilizado com aquele paciente, de acordo com a natureza, a extensão e o tipo de problema encontrado no sistema visual, uma vez que pode haver distúrbios associados, como neuropatias;
5- desenvolver o treinamento de marcha do paciente em diferentes terrenos, com o uso do dispositivo da bengala que lhe dá suporte no equilíbrio, locomoção motora, noção de espaço e lateralidade, evitando a ocorrência de quedas constantes;
6- promover o aprimoramento dos demais sentidos (tato, olfato, paladar, audição);
7- na obtenção de recursos para tratamento, como computadores adaptados para o deficiente visual, lupas telescópicas, óculos com lentes especiais, etc;
8- encaminhamento para escolas regulares, onde há escassez de profissionais habilitados para trabalhar com os deficientes visuais, bem como recursos adequados;
9- no ensino e aprendizagem do método Braille e do Soroban;
10- na manutenção das atividades de vida diária do deficiente visual.

Ø Melhorar a integridade física, mental, cultural, intelectual, emocional, social da pessoa com deficiência visual para que se restabeleça funcionalmente.
Ø Procurar mostrar-lhe a necessidade de se descobrir e explorar seu próprio corpo no meio ambiente e com as pessoas de seu convívio.
Ø Promover treino de equilíbrio e marcha para melhorar seu ortostatismo e sua direcionabilidade.
Ø Promover orientação espacial para que a pessoa com deficiência visual tenha noção de direção e localização do seu corpo no espaço.
Ø Manter a postura ereta para impedir possíveis desvios posturais, como hiperlordose, cifose ou escoliose.
Ø Promover alongamento e fortalecimento de membro superior e inferior para a introdução ao uso da bengala.
Ø Promover treino de equilíbrio e marcha em diferentes terrenos, possibilitando boa locomoção em diferentes áreas e evitando quedas.
Ø Melhorar a qualidade de vida desse paciente promovendo a sua independência em alimentação, vestuário e higiene pessoal.
Ø Ganhar mobilidade para que tenha locomoção harmoniosa e segura.
Ø Estimular o desenvolvimento de habilidades específicas como informática, música, teatro, artes plásticas, etc.
Ø Estimular o uso da escrita em Braille e do método Soroban para o seu desenvolvimento intelectual, social e cultural, bem como sua comunicação com as demais pessoas do mundo..
Ø Promover a intervenção precoce para que as habilidades sensoriais da criança com deficiência visual contribuam no seu processo de desenvolvimento neuropsicomotor.
Ø Promover atividades cotidianas para que a pessoa com deficiência visual tenha uma vida mais prazerosa, relacionando-se satisfatoriamente com o ambiente e as pessoas com quem convive.
Ø Estimular a integração dos pais e demais familiares com os profissionais da equipe multidisciplinar visando incentivar ainda mais o desempenho do paciente na sua reabilitação, com vistas a conquistar, cada vez mais, autonomia e independência.

Atividades para Deficientes Auditivos:







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Características do Desenvolvimento do Deficiente Auditivo

O desenvolvimento completo de um indivíduo está muito relacionado com o desenvolvimento dos sistemas sensorial e perceptivo, pois é através desses sistemas que os estímulos ambientais são transmitidos ao indivíduo. Quando ocorre algum impedimento em um desses sistemas, o desenvolvimento do indivíduo pode vir a ser prejudicado devido à dificuldade de interagir com o ambiente.
No caso do deficiente auditivo, as suas características especiais (físicas, psicomotoras e cognitivas) estão associadas ao “início da surdez, etiologia, localização da lesão e quantidade e qualidade dos estímulos ambientais que a criança é exposta” (Pedrinelli & Teixeira, 1994). É importante o diagnóstico precoce da surdez, possível a partir do 5º mês de gestação, para que sejam proporcionados estímulos adequados para o completo desenvolvimento do indivíduo.

Aspectos cognitivos e emocionais

Segundo Vygotsky (1993), o maior desafio para o deficiente auditivo no campo intelectual é a “formação de conceitos, generalizações e abstrações” por envolverem comportamentos verbais, sendo mais importante para eles a memória visual.
Ainda segundo os autores, o deficiente auditivo pode apresentar certos problemas de comportamento como:
-     Relutância em manter contato com pessoas estranhas;
-     Relutância em mostrar o aparelho auditivo, tentando esconder a deficiência, principalmente em adolescentes;
-     Concretismo na análise da realidade;
-     Rigidez de pensamento;
-     Imaturidade em relação ao ajustamento social;
-     Tendência para o isolamento social dos ouvintes;
-     Ansiedade;
-     Capacidade de concentração reduzida.
A imagem corporal e o autoconceito também podem ser influenciados pela surdez. Isso porque são formados através de experiências oriundas do sistema vestibular, cinestésicos e tátil. “Quando a criança amadurece e começa a dar significado às informações visuais e verbais é que a imagem corporal e o autoconceito são afetados por estes sistemas. Normalmente esta mudança começa entre sete e oito anos. As crianças com deficiência visual e auditiva têm um grande impacto nessa mudança” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).

Aspectos físicos e motores

Os diversos tipos determinam quais serão as necessidades e as limitações a serem trabalhadas com o deficiente auditivo. Muitos apresentam certo grau de retardo no desenvolvimento motor se comparado com crianças ouvintes, mas estudos mostram que este fato está muito mais relacionado com o estímulo oferecido ao indivíduo do que a uma característica da surdez.
No mundo dos ouvintes, a grande maioria dos estímulos é oferecida de maneira verbal, não sendo eficientes com os surdos. Por isso, quanto mais cedo a surdez for diagnosticada, melhor será o desenvolvimento físico do indivíduo surdo, uma vez que os estímulos serão fornecidos de maneira adequada.
Um bom desenvolvimento físico e motor é muito importante ao deficiente auditivo, pois é “através do corpo que mais freqüentemente experimentam situações de sucesso, tornando-se um recurso de comunicação e interação social sem comparação”.

Esporte e deficiência auditiva
As modalidades especiais para deficientes auditivos visam atender muito mais a necessidades sociais e de comunicação do que condições físicas. A procura por este tipo de esporte deve-se, segundo Pedrinelli & Teixeira (1994), a:
-     Atividades negativas para com a surdez por parte dos ouvintes que os rodeiam;
-     Ênfase na fala como única forma de expressão por parte dos ouvintes, o que dificulta a comunicação.

Dança, música e deficiência auditiva
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é possível trabalhar música com deficientes auditivos, sendo eles capazes de “responder a ela através da dança e da expressão corporal. De forma adequada a cada ritmo e de maneira intensa e alegre” (Pedrinelli & Teixiera,  1994).
O trabalho com a música pode ter dois objetivos: a música por si só ou ainda fins terapêuticos (enriquecimento do vocabulário, melhoria da auto-imagem, estimulação da leitura labial, desenvolver ritmicidade na fala e introdução ao mundo sonoro).
Para tanto, a criança deve ser estimulada a “descobrir e a perceber as vibrações sonoras através de todo o seu corpo (tocar instrumentos, realizar movimentos rítmicos com o corpo, palmas, etc)” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).
“A utilização de música e dança não deve ter o intuito de ‘normalizar’ a criança com dificuldade de comunicação verbal, preconizando essencialmente a sua oralização. O ser humano como sistema complexo apresenta uma infinidade de aspectos que devem ser abordados. Assim, o mais importante é promover o seu bem-estar, auxiliar sua auto-aceitação e auto-valoração, a reconhecer suas limitações e tirar o máximo de proveito de suas infinitas potencialidades”  (Pedrinelli & Teixeira, 1994).

Assistam este filme:
http://www.sme.fortaleza.ce.gov.br/crp/images/stories/Filhos_do_Silencio.jpg
Capa do filme Filhos do Silêncio, sobre deficiência Auditiva

Relacionamento professor X aluno deficiente auditivo
Pedrinelli & Teixeira (1994) descrevem alguns pontos que devem ser observados quando em uma aula na qual haja deficientes auditivos:
-     Enxergar a criança mais do que a deficiência;
-     Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;
-     Estar informado sobre a etiologia, local e gravidade da lesão;
-     Procurar ajuda da família ou mesmo de outros profissionais envolvidos com a criança, se for necessário esclarecer algumas dúvidas;
-     Manter-se frente ao aluno quando estiver falando;
-     Usar todos os recursos possíveis para comunicar-se procurando certificar-se de que o aluno compreendeu a mensagem;
-     Não mudar constantemente as regras de uma determinada atividade;
-     Não articular exageradamente as palavras;
-     Substituir as pistas sonoras por visuais, se necessário.

Exemplo de atividade Ritmica:
- Objetivos da atividade:
Desenvolver noções de ritmo e coordenação motora global;
- Objetivos do grupo:
Demonstrar a utilização da linguagem gestual, de sinais (libras) e cores para a comunicação com os alunos deficientes auditivos;
Posicionamento do professor perante a classe.
- Descrição da atividade:
No primeiro momento, os alunos estarão dispostos em círculo e, parados, deverão bater bola no ritmo estipulado pelo professor;
Num segundo momento, os alunos deverão andar em círculo em volta do professor, batendo a bola de acordo com o ritmo do próprio andar;
Num terceiro momento, os alunos deverão observar as cores e os números indicados pelo professor para formarem grupos durante a execução da atividade.
· Bola vermelha – Pare !
· Bola amarela – Ande !
· Bola verde – Corra !
Exemplo: se o professor levantar a bola amarela e fizer o número 2, os alunos deverão andar em duplas.
- Estratégias:
Estilo de ensino: tarefa.
Organização da turma: em círculo, formando grupos de acordo com as ordens do professor.
Estratégia de comunicação: leitura labial, gestos, libras e cores.


Atividade Física para Deficientes Auditivos


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Professora com alunos: ouvinte e deficiênte auditivo
Segundo o Instituto Nacional de Educação de Surdos:
A deficiência auditiva traz algumas limitações para o desenvolvimento do indivíduo, uma vez que a audição é essencial para a aquisição da língua oral.
Inicialmente, a surdez interfere no relacionamento da mãe com o filho e cria lacunas nos processos psicológicos de integração de experiências que irão afetar, em maior oumenor grau, a capacidade normal de desenvolvimento do indivíduo.Embora não se tenha uma estatística geral, é grande a incidência de casos de surdez.
O Censo Escolar/2004 computou 62.325 crianças surdas matriculadas nasescolas de todo o país. Esse fato trouxe a necessidade de preparar os professores para atender, de forma adequada, essa população.
O objetivo deste texto é, portanto, fornecer informações básicas sobre a audição,a deficiência e o deficiente auditivo, para facilitar a intervenção do professor de Educação Física, nas turmas onde estiverem incluídos alunos surdos.

Audição:
É o sentido por meio do qual se percebem os sons.O processo normal da audição inicia com a captação de ondas sonoras pela orelha externa e prossegue através da condução dessas ondas pela orelha média. Aochegar à orelha interna, as ondas sonoras são transformadas em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro. No cérebro se dá a decodificação dos sons, o que caracteriza aaudição propriamente dita.
O som possui características que influem na audição. Uma delas é a sua capacidade de se propagar nos meios gasoso, líquido ou sólido. Essa propagação, se dá sob a forma de ondas, provocando uma vibração tal que é capaz de ser transmitida para o cérebro através do ouvido (meio gasoso / ar) e do corpo como umtodo (meio sólido / ossos). Outras características que influenciam diretamente na qualidade da audição são aintensidade e a freqüência. A intensidade é determinada pela amplitude da onda sonora, refere-se ao volume do som e é o que permite distinguir um som forte de um som fraco. É medida emdecibéis (dB).
A freqüência varia de acordo com a quantidade de ondas emitidas em umdeterminado espaço de tempo e é o que faz com que um som seja alto (agudo) ou baixo(grave). É medida em Hertz (Hz) ou Ciclos por Segundo. Assim sendo, a capacidade de ouvir determinados sons vai depender daconjugação entre o grau de perda em decibéis e as freqüências preservadas na orelha interna.
É através do cruzamento dessas duas informações que se obtém o resultado da audiometria, que é o exame que determina o grau de audição das pessoas.

Deficiência Auditiva:
Essa expressão sugere a diminuição ou a ausência da capacidade para ouvirdeterminados sons, devido a fatores que afetem quaisquer das partes do aparelhoauditivo.A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva comosendo a “perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender afala através do ouvido” (BRASIL, 1994).
Essa definição permite concluir que:
1) Existem diferentes graus de perda auditiva;
2) A surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento;
3) A sua pior conseqüência é a impossibilidade de ouvir a voz humana (fala).
Dependendo da época da instalação da deficiência e do grau da perda auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades no relacionamento, na comunicação, na compreensão deconceitos e regras e na apreensão de conhecimentos através dos meios mais comuns (alíngua oral e textos)
No padrão normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em todas asfreqüências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz).
Já a classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a seguinte:
Audição normal 0 a 25 dB
Deficiência leve 26 a 40 dB
Deficiência moderada 41 a 55 dB
Deficiência acentuada 56 a 70 dB
Deficiência severa 71 a 90 dB
Deficiência profunda Acima de 90 dB
A perda leve permite ouvir os sons, desde que estejam um pouco mais intensos.Na perda moderada há a necessidade de se repetir algumas vezes o que foi dito edificuldade de falar ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida poroutra foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda acentuada nãopermite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, tornando necessário o apoio visualpara a compreensão da fala. A perda severa permite escutar sons fortes, como os de caminhão, avião, serra elétrica, mas não permite ouvir a voz humana sem amplificação.Na perda profunda só são audíveis sons graves que produzam vibração (trovão, avião).
Assim sendo, se uma criança já nasce com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à língua oral de sua comunidade, vai ter muitasdificuldades de se integrar ao “mundo dos ouvintes”.Embora seja absolutamente necessário dominar a língua de sua comunidade,mesmo que somente na modalidade escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acessopara os surdos é a de sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem suaidentidade e desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social.
Logo, faz-senecessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e que a família e aescola a utilizem como meio de comunicação e instrução.No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão dos surdos pela Lei nº. 10.436, de 2002. Apesardisso, em seu parágrafo único, a referida lei reza que a LIBRAS não poderá substituir amodalidade escrita da língua portuguesa. Desta forma, não só é assegurado ao surdo ouso da língua de sinais, como é exigido dos sistemas educacionais o ensino, tanto da LIBRAS, quanto do português escrito.
Afabeto em libras
A inclusão de crianças surdas na rede regular vaigerar a necessidade do aprendizado da LIBRAS  pelo restante da comunidade escolar. As línguas orais e as de sinais possuem estruturas completamente diferentes -uma é de modalidade oral-auditiva e a outra de modalidades espaço-visual – e a língua oral, principalmente na forma escrita, é muito mais complexa que a de sinais, o quedificulta o seu aprendizado por parte dos surdos que usam a LIBRAS.
No entanto, a experiência tem demonstrado que os surdos que estudam em escolas regulares possuem leitura mais eficiente, o que influencia na escrita e na sua integração com a comunidade.
Atividade Física para Surdos:
A surdez afeta apenas o aparelho auditivo, não trazendo nenhum outro prejuízo,além dos já citados. Desta forma, o desenvolvimento motor de crianças surdas costumaseguir os padrões de normalidade, não havendo, portanto, nenhuma restrição à práticade atividade física. Quando a surdez é acompanhada de outra deficiência ou de algum outro comprometimento, as possíveis restrições estarão relacionadas a esses(s) outro(s)problema(s).
A escolha de atividades físicas para pessoas surdas deve respeitar os mesmoscritérios usados para a seleção de atividades para crianças sem deficiência (condições desaúde, faixa etária, condicionamento físico, interesse etc).
As atividades aeróbicas são muito importantes, pois as crianças que não seutilizam da fala costumam ter uma respiração “curta”, isto é, não enchemcompletamente os pulmões deixando, com isto, de expandir a caixa torácica e deexercitar os músculos envolvidos na respiração. Assim sendo, além de todos osbenefícios cardiovasculares já conhecidos, no caso dos surdos, as atividades aeróbicas também podem contribuir, indiretamente, para o aprendizado da emissão de sons dafala.
Os surdos podem praticar qualquer tipo de esporte e de atividade rítmica. Nocaso dos esportes, não há necessidade de qualquer adaptação na forma de ensinar,conduzir ou arbitrar. Tampouco há adaptações nas regras de cada modalidade. Já as atividades rítmicas, se envolverem coreografia, costumam demandar um pouco mais detempo de treinamento, devido à necessidade de internalizar o tempo e o andamento daexecução dos movimentos sem o auxílio de uma trilha sonora (mesmo com boaamplificação os surdos não conseguem perceber a maior parte das nuances de umamúsica).

Estratégias de ensino:
Sinais visuais à Cartelas coloridas ou bandeiras podem substituir comandos de voz; figuras podem indicar o movimento a ser feito; números podem evidenciarseqüências de atividades, ou a repetição de uma atividade já realizada, ou o númeroda tarefa a ser executada, ou a quantidades de crianças que devem se agrupar.· Demonstração, o professor costuma ser o modelo, mas é possível solicitar que os próprios alunos façam demonstrações.
Orientações ao Professor
1 – Com relação ao relacionamento:· Enxergar mais a criança que a deficiência;· Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;· Estar informado sobre a etiologia, o local e a gravidade da surdez;· Ser paciente e acolhedor, sem deixar de estabelecer limites.
2 – Com relação à comunicação:· Falar de frente, em velocidade normal, quando a criança estiver olhando;· Usar frases curtas e simples, mas corretas;· Usar gestos, se necessário, e esforçar-se para entender os gestos das crianças;· Recorrer a outras formas de comunicação (desenho, escrita, mímica), sempreque for necessário;· Aprender LIBRAS;· Não misturar a LIBRAS com o Português.
3 – Com relação à prótese auditiva (quando houver):· Não mergulhar na água, nem molhar;· Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias;· Incentivar o uso durante atividades rítmicas (exceto dentro d’água);· Se o molde estiver pequeno para a orelha da criança, retirar antes de qualqueratividade física;· Guardar os aparelhos em local seguro para que não se quebrem ou se misturem.
Considerações Finais
Incluir alguém em um grupo é dar-lhe condições para que possa participarativamente das idéias e atividades do mesmo.Sabe-se que as escolas regulares ainda não estão suficientemente preparadaspara receber e propiciar uma inclusão real das crianças surdas, mas isto precisa mudar.Para tanto, é preciso que toda a comunidade escolar se abra para essa nova experiência,pois, com a troca, todos têm a ganhar.
As aulas de educação física podem ser momentos e espaços privilegiados para iniciar uma mudança de comportamento dentro da escola. O papel do professor em todo esse processo é primordial e deve ser assumido com responsabilidade.Existem, atualmente, muitas fontes de informação disponíveis (instituições,internet, livros, periódicos), mas, mais do que isso, é preciso que haja o reconhecimentodo direito de TODAS as crianças de participar das aulas de educação física e demaisatividades escolares.

 http://www.luzimarteixeira.com.br/2009/12/atividade-fisica-para-deficientes-auditivos/

Formas criativas para estimular a mente de alunos com deficiência

O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los



Foto: Tatianal Cardeal
CONCENTRAÇÃO Enquanto a turma lê fábulas, Moisés faz desenhos sobre o tema para exercitar o foco. Foto: Tatianal Cardeal
De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia.

Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.

No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público (leia a definição no quadro desta página). São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). As características de todas as outras deficiências você pode ver no especial Inclusão, de NOVA ESCOLA.

  importância do foco nas explicações em sala de aula 
Foto: Marcelo Almeida
SIGNIFICADO Na sala de recursos, elaboração de livro sobre a vida dos alunos deu sentido à escrita. Foto: Marcelo Almeida
Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.

A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar".


O que é a deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. As causas variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual.

 Escrita significativa e muito bem ilustrada 
Foto: Léo Drumond
COMUNICAÇÃO Vinicius superou o isolamento e melhorou a interação em atividades com imagens e sons. Foto: Léo Drumond
A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização.
 
 http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/formas-criativas-estimular-mente-deficientes-intelectuais-476406.shtml